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10/06/2022

Onde vai parar todo o resíduo gerado no Brasil?

Ao final do dia de hoje, cada brasileiro terá gerado (em média) 1 quilo de resíduos. Atualmente o país produz cerca de 217 mil toneladas de resíduos sólidos por dia. Isso equivale a 79 milhões de toneladas por ano e apenas 2% desse total é reciclado. Mas, onde tudo isso vai parar e o que é possível fazer para mudar essa realidade?

Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e também apontam que cerca de 40% desse resíduo vai parar em lixões a céu aberto. Há cerca de 3 mil locais como esses em funcionamento no país, recebendo mais de 30 milhões de toneladas de lixo por ano. Prática que contamina o solo e as águas, prolifera doenças e emite gás metano, um dos principais gases de efeito estufa.

Conheça o Planares

O descarte inadequado é um dos maiores problemas enfrentados no gerenciamento de resíduos no Brasil e o que norteou a criação do novo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), publicado em abril deste ano pelo Governo Federal. O documento traz um diagnóstico da situação atual e possíveis soluções, com metas e prazos. Uma das metas é o fim de todos os lixões até 2024.

Doze anos de atraso

A lei brasileira para gestão de resíduos sólidos foi instituída em 2010, mas aguardava há 12 anos por essa regulamentação. Ela se chama Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e estabelece os instrumentos e objetivos que devem ser cumpridos agora pelo Planares, em um horizonte de 20 anos. Entre eles, o fim dos lixões, o estímulo à reciclagem, a valorização dos catadores e a implantação de logística reversa.

É urgente reaproveitar os resíduos

Outro ponto prioritário do Planares é a reciclagem e o reaproveitamento. A meta principal é de que até o ano de 2040 pelo menos 48% dos resíduos sejam reaproveitados de alguma forma e que, já em 2024, o país recicle ao menos 13,8% dos resíduos. Os dados trazidos pelo diagnóstico do plano apontam que hoje a taxa de materiais secos reciclados é de pouco mais de 2%, e entre orgânicos (que representam quase metade de todo o lixo gerado) o reaproveitamento é de só 0,2%.

Economia Circular para gerar menos lixo

A realidade do Brasil coloca ele hoje na 4ª posição entre os países que mais geram resíduo no mundo, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. Por isso, mais do que apenas pensar em como destinar melhor os resíduos, é necessário pensar sobre como reduzir esse montante. É o que propõe a Economia Circular. Para o Professor Dr. Edson Grandisoli, Coordenador Pedagógico e Embaixador Educacional do Movimento Circular, as políticas públicas precisam tratar disso: "Ainda há muitos desafios a serem enfrentados, que foram preconizados desde a PNRS de 2010, mas a visão da Economia Circular trata justamente de que não seja gerada toda essa quantidade de resíduos. É preciso que as políticas e seus incentivos promovam também a prática da Economia Circular", defende. Assista ao vídeo em que o Muti, Mascote do Movimento Circular, percorre três das jornadas que um resíduo pode fazer quando descartado numa cidade como São Paulo (Brasil):