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27/04/2023

A Terra suporta 8 bilhões de habitantes sem restauração?

A Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que já somos 8 bilhões de habitantes. Com tantas pessoas usufruindo dos recursos naturais do planeta, é preciso refletir até que ponto a Terra suporta as extrações e as frequentes agressões ao ambiente.

De acordo com o Relatório Planeta Vivo 2020, produzido pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), em apenas 50 anos (1970-2020), diferentes atividades humanas já causaram uma redução de 68% na quantidade de animais silvestres do planeta.

Além disso, a poluição do ar, água e solo, o desmatamento, a exploração excessiva de recursos naturais e a mudança climática figuram entre os principais desafios que temos que enfrentar.

Com o aumento de 1,1º C na temperatura média global, os impactos das mudanças climáticas já são claros, como o aumento de ondas de calor, a elevação no nível dos oceanos e a estiagem, que impactam diversos setores da economia, a saúde e a vida. Outro dado preocupante é o excesso de resíduos produzidos, que chega a dois bilhões de toneladas por ano.

“Todos os anos pagamos essa conta com vidas. Neste ano presenciamos a tragédia no litoral norte paulista, mas já foi na região serrana do Rio, na grande São Paulo, em Pernambuco, no Acre, etc. Precisamos mudar as formas como nos relacionamos com o ambiente, e essas ações precisam ser feitas o quanto antes”, alerta o Professor Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular e Mestre em Ecologia, Doutor em Educação e Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Doutor pelo Programa Cidades Globais (IEA-USP).

A necessidade de recuperação do que já foi agredido no ambiente é tão latente que a própria ONU estabeleceu que, entre 2021 e 2030, estaremos vivendo a Década da Restauração. A iniciativa global visa promover a adoção de práticas mais regenerativas em todo o mundo. Através da colaboração entre governos, empresas e sociedade civil, a iniciativa busca criar um futuro mais sustentável e garantir um ambiente saudável para as gerações futuras.

Hoje, a economia mundial ainda segue majoritariamente o modelo linear, focado apenas em extrair recursos da natureza e produzir bens que acabam voltando para o planeta em forma de lixo. Esse modelo já se mostrou insustentável e precisamos colocar em prática alternativas a esse modelo predatório e calcado na desigualdade.

“Para regenerar o planeta, precisamos mudar a nossa forma de pensar e agir. Não agredir é um passo importante, claro! Porém a convocação agora é pensar à frente. Algumas ideias e exemplos incluem a restauração de áreas degradadas, a implementação de energias renováveis e zerar as emissões de gases estufa. Além disso, é importante que governos, empresas e sociedade civil trabalhem juntos na busca por soluções que promovam a restauração do planeta”, explica o professor.

Ações importantes já estão sendo realizadas ao redor do mundo, como o Desafio de Bona, na Alemanha, que é um esforço global para restaurar 350 milhões de hectares de terras degradadas e desflorestadas até 2030; na Nova Zelândia, a iniciativa Predator Free 2050 visa erradicar espécies invasoras e reintroduzir espécies nativas em áreas protegidas; no Brasil, a Renature Foundation promove projetos de restauração ambiental em áreas degradadas, como a recuperação de nascentes de rios.

Para o coordenador pedagógico do Movimento Circular, ações coletivas e coordenadas são um importante passo entre governos e sociedade civil. Para além das questões ambientais, é urgente entender que a promoção da justiça social e ambiental é fundamental para garantir que todos os indivíduos tenham acesso aos benefícios da regeneração do planeta.

“Isso inclui, por exemplo, a promoção de políticas públicas que garantam acesso à água potável, energia limpa e alimentos saudáveis, bem como a proteção dos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Para regenerar o planeta, portanto, é preciso compreender a ação humana e seus múltiplos impactos aos ambientes e pessoas, e agir coletivamente. Recentemente, chegamos à marca de 8 bilhões de pessoas no planeta. Adotar uma abordagem mais regenerativa é essencial para um futuro mais sustentável a todos”, finalizou.

O que é Economia Circular?

A Economia Circular propõe um novo olhar para nossa forma de produzir, consumir e descartar, a fim de otimizarmos os recursos do planeta e gerar cada vez menos resíduos. Ou seja, um modelo alternativo ao da Economia Linear - extrair, produzir, usar e descartar - que tem se provado cada vez mais insustentável ao longo da história.

Na Economia Circular, a meta é manter os materiais por mais tempo em circulação por meio do reaproveitamento, até que nada vire lixo! Para que esse modelo se torne uma realidade, todos nós temos um papel a desempenhar.

É um verdadeiro círculo colaborativo, que alimenta a si mesmo, e ajuda a regenerar o planeta e nossas relações.

Aprenda sobre Economia Circular

Se você tem interesse em conhecer mais sobre esse tema, acesse a Circular Academy, o primeiro curso latino-americano gratuito sobre economia circular voltado ao público geral. Todos nós, em parceria e colaboração, podemos fazer a diferença na construção de um planeta mais circular.

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