27/08/2024
Prêmio Por Um Mundo Sem Lixo reconhece projetos ligados à Economia Circular na FETEPS, em SP
O Movimento Circular premiou cinco projetos que dialogam com os preceitos da Economia Circular na última edição da Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (FETEPS), ocorrida em São Paulo (BR), neste mês de agosto. Os trabalhos foram reconhecidos dentro do Prêmio Por um Mundo Sem Lixo Internacional 2024, que já é parceiro de diferentes feiras de jovens cientistas no Brasil e no exterior.
A premiação é uma iniciativa do Movimento Circular e busca identificar, valorizar e dar visibilidade a soluções inovadoras desenvolvidas por estudantes e educadores que promovem um mundo sem lixo, incentivando a construção de sociedades mais circulares.
Esta foi a 15ª edição da FETEPS e foram apresentados 130 projetos, tanto nacionais quanto internacionais. Além do Brasil, participaram também México, Chile, Colômbia e Equador. Em quatro dias de evento, cerca de 28 mil pessoas visitaram a mostra.
A gerente de projetos do Movimento Circular, Maria Carolina Stenico, com a equipe da Escola Técnica Estadual Profª Maria Cristina Medeiros, localizada em Ribeirão Pires, Região Metropolitana de São Paulo, que levou o primeiro lugar. Foto: Divulgação/Movimento Circular
Confira os premiados e menções honrosas:
1º lugar: RecolheAI: Lixeira Inteligente, da Escola Técnica Estadual Profª Maria Cristina Medeiros - Ribeirão Pires/SP
O grande vencedor foi o projeto “RecolheAI: Lixeira Inteligente”, desenvolvido por estudantes da Escola Técnica Estadual Profª Maria Cristina Medeiros, localizada em Ribeirão Pires, Região Metropolitana de São Paulo. Este trabalho propõe a criação de lixeiras inteligentes que utilizam automação, Internet das Coisas e Inteligência Artificial para melhorar a separação e coleta de resíduos recicláveis. Um protótipo inicial já foi desenvolvido com sucesso na identificação de metais, e a próxima etapa é incorporar tecnologias adicionais para uma separação mais eficiente de outros materiais.
A equipe idealizadora do projeto que cria tijolos a partir de plástico descartável e resíduos de construção civil. Imagem: Divulgação/ Movimento Circular
2º lugar: Reutilização de Resíduos de Construção Civil (RCC) e Plástico Na Fabricação De Tijolos, da Escola Técnica Estadual Professora Marinês Teodoro de Freitas Almeida - Novo Horizonte/SP
O segundo lugar ficou com a equipe da Escola Técnica Estadual Professora Marinês Teodoro de Freitas Almeida, da cidade de Novo Horizonte, também em São Paulo. A equipe propõe a criação de tijolos ecológicos a partir de plástico descartado (PET) e resíduos de construção civil, visando reduzir a geração de resíduos e valorizar a reutilização desses materiais. Com baixo custo e alta durabilidade, esses tijolos também oferecem isolamento térmico, promovendo uma solução sustentável para o meio ambiente e para as pessoas.
O terceiro lugar foi para um escola do Equador. Imagem: Divulgação/Movimento Circular
3º lugar: Extrusora PET Recic: Sistema de Reciclaje de Botellas de Plástico para la Producción de Filamento de Impresora 3D, da Universidad Nacional de Loja - Equador
A equipe da Universidad Nacional de Loja, no Equador, criou um dispositivo que recicla garrafas PET para produzir filamentos para impressoras 3D. O protótipo utiliza um microcontrolador Arduino Nano (um tipo de placa de prototipagem) para controlar o aquecimento e moldagem do material, garantindo a produção eficiente dos filamentos através de um termostato que monitora a temperatura.
Você já pensou em gerar energia elétrica a partir da energia mecânica produzida ao pedalar em bicicletas? A equipe da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Franco da Rocha, em São Paulo, sim. Por isso, eles levaram uma das menções honrosas. Imagem: Divulgação/Movimento Circular
Menções Honrosas
Além de premiar os três melhores projetos, o Movimento Circular concedeu menções honrosas a outros dois. O primeiro deles, intitulado "Ecopedal: Energia Sustentável", vem da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Franco da Rocha, em São Paulo. Este projeto desenvolveu um protótipo que gera energia elétrica a partir da energia mecânica produzida ao pedalar em bicicletas, a partir de materiais reciclados. Testado em academias e parques, o protótipo não só atendeu às necessidades de obtenção de energia elétrica, mas também gerou uma reserva de energia e sendo capaz de “pagar a si mesmo”, através das economias geradas ou dos benefícios obtidos, em apenas 3,6 meses. Desse modo, destaca-se como uma solução sustentável e economicamente viável.
A segunda menção honrosa ficou com estudantes do México. Eles propuseram criar moradias temporárias para abrigar pessoas afetadas por desastres naturais. Imagem: Divulgação/Movimento Circular
A segunda menção honrosa foi para uma iniciativa desenvolvida por uma equipe do Instituto Tecnológico de Tepic, no México. Intitulada 'Dativa: Vivienda Emergente para Comunidades Atingidas por Desastres Naturais', propõe a criação de moradias temporárias para abrigar pessoas afetadas por desastres naturais, com foco na eficiência do uso de recursos e no mínimo impacto socioambiental. O design flexível dessas moradias permite sua adaptação e replicação em diferentes contextos geográficos, além de incentivar a participação ativa das comunidades na construção. Foram desenvolvidos três protótipos para atender a diferentes necessidades habitacionais — para duas, quatro ou oito pessoas.
Para Maria Carolina Stenico, gestora de projetos do Movimento Circular e responsável pelo Prêmio Por um Mundo Sem Lixo, as iniciativas vistas na FETEPS "destacam a criatividade e o compromisso dos jovens em desenvolver soluções práticas e inovadoras que contribuam para um futuro mais sustentável e circular".
“Estar na FETEPS como avaliadora foi muito inspirador. Os projetos que vi ali mostram que os estudantes estão realmente comprometidos em criar soluções que impactam positivamente o mundo. A energia e a criatividade deles são um sinal claro de que o presente e o futuro estão em boas mãos”.
Stenico afirma que a FETEPS e outras feiras de ciências representam uma nova etapa para o Prêmio Por um Mundo Sem Lixo e para o ecossistema do Movimento Circular, ao ampliar a visibilidade das soluções inovadoras e fortalecer a rede de iniciativas que promovem a Economia Circular e a redução de resíduos.
Vinicius Saraceni, diretor geral do Movimento Circular, destaca a qualidade e maturidade dos projetos apresentados e premiados nesta edição do FETEPS, e agradece ao Centro Paula Souza pela parceria.
"A Economia Circular está cada vez mais presente na vida dos jovens, e as soluções para um mundo circular dependem diretamente dessa nova geração que agora começa a se conectar com o mercado de trabalho e a inovação".
Por meio de ativações como o Prêmio Por um Mundo Sem Lixo, o Movimento Circular reforça seu compromisso com a Economia Circular ao reconhecer e premiar soluções inovadoras que promovem a sustentabilidade e contribuem para a construção de sociedades mais circulares. Os projetos apresentados na FETEPS demonstram a criatividade, o impacto positivo e o potencial dos jovens para transformar desafios ambientais em oportunidades.
E fique ligado: ainda neste semestre, continuaremos a descobrir novos vencedores em feiras de conhecimento por toda a América Latina!
Sobre o Movimento Circular
Criado em 2020, o Movimento Circular é um ecossistema colaborativo que se empenha em incentivar a transição da economia linear para a circular. A ideia de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado é o mote da Economia Circular, conceito-base do movimento. O Movimento Circular é uma iniciativa aberta que promove espaços colaborativos com o objetivo de informar as pessoas e instituições de que um futuro sem lixo é possível a partir da educação e cultura, da adoção de novos comportamentos, da inclusão e do desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes. O trabalho conta com a parceria pioneira da Dow, empresa de produtos químicos, plásticos e agropecuários, com sede em Michigan, Estados Unidos. O Movimento Circular contabiliza hoje 2 milhões de pessoas impactadas por suas ativações e conteúdos.
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