25/06/2021
Estadão: SP em rede global de economia circular
A cidade de São Paulo formalizou uma parceria com a Fundação Ellen MacArthur e agora faz parte da rede global de economia circular. Legal, né? Confira os detalhes na matéria publicada nesta sexta-feira (25) pelo Estado de S. Paulo:
Daniel de Oliveira começa cedo. Normalmente, por volta de 5h45 ele já está no Ecoponto Berrini, local onde trabalha das 6 às 14 horas como ajudante de serviços diversos. “É a segunda casa que tenho, valorizo muito”, conta o morador do Jardim Ângela, na zona sul paulistana, que diz se dar bem com a companheira de trabalho do turno e com os munícipes que passam pelo Ecoponto.
Funcionário há um ano e três meses de uma empresa que presta serviços para a Prefeitura, Daniel organiza diariamente o recolhimento de vários tipos de descarte, como entulho, móveis velhos e, desde o início deste mês, gesso. Depois, caminhões buscam esse material e haverá esforço para dar novo uso. A novidade foi implementada pela Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) em 36 unidades de Ecoponto e deverá ser expandida em breve. Assim como outras iniciativas.
Na busca por um futuro mais verde, a Prefeitura formalizou em abril uma parceria estratégica com a Fundação Ellen MacArthur e se tornou a primeira cidade do mundo admitida pela rede mundial de economia circular – um grupo que já incluía empresas globais e organizações filantrópicas em ações assentadas em redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. A expectativa é de que, ao trabalhar ações localmente, São Paulo se consolide como um local de referência sobre economia circular no Brasil e na América Latina, inspirando outras cidades. “É uma honra e uma grande responsabilidade para São Paulo ser a primeira cidade no mundo reconhecida como parceira estratégica da Fundação Ellen MacArthur, seguida por Nova York e Londres”, diz a ex-prefeita e atual secretária municipal de Relações Internacionais Marta Suplicy.
Para o professor da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Centro de Pesquisa em Economia Circular do Inova USP, Aldo Roberto Ometto, essa integração é “muito positiva” – sobretudo se as ações de economia circular forem dotadas de um caráter social e assumirem a sustentabilidade como uma consequência. “A grande oportunidade da economia circular no Brasil é a inovação social que ela pode trazer quando atores mais vulneráveis são incluídos em cadeias circulares”, destaca.
Ranking - O índice de circularidade da cidade de São Paulo, que diz respeito à capacidade de recuperação dos materiais coletados, é de 0,84%, segundo dados de 2019 compilados pela professora de Finanças da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-USP) e pesquisadora em avaliação de impacto e políticas públicas Perla Rebehy. No recorte das cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes, a capital paulista fica na 8.ª colocação – São Luís lidera com 5,57%.