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14/04/2022

Conheça as primeiras lojas circulares do Brasil

Você sabia que o Brasil tem duas lojas circulares de varejo? São filiais das lojas Renner, localizadas no Rio de Janeiro. A primeira unidade foi inaugurada em outubro de 2021, no Shopping Rio Sul, e a segunda foi inaugurada em março, no Shopping Park Jacarepaguá. Convidamos o Prof. Dr. Edson Grandisoli, Coordenador Pedagógico do Movimento Circular, para falar um pouco sobre elas. Vamos lá?

Preceitos da Economia Circular nas construções

As lojas foram pensadas desde a concepção para diminuirem ao máximo o impacto ambiental. Por exemplo, na primeira loja: em aço estrutural, foram deixadas de usar 8,5 toneladas. A meta era reaproveitar 75% dos resíduos gerados na obra, mas o desafio foi superado e 97% desses resíduos não foram parar em aterros.

“A construção priorizou insumos mais duráveis e renováveis, que possam ter seus materiais reaproveitados. Essas escolhas de operar considerando, da concepção à operação, as premissas da circularidade, mostra a importância de todos os elos da cadeia de produção para a construção da economia circular”, destaca o professor. “Grande parte dos resíduos foi reciclada e serviu de insumo para outra cadeia produtiva. A reciclagem, nesse contexto, tem um papel fundamental, que parte da escolha dos produtos em primeiro lugar”, comenta.

Uso de energia e pegada hídrica

As lojas são abastecidas por energia renovável de baixo impacto. Além disso, segundo cálculos da empresa, a emissão de CO2 equivalente evitada na construção e operação da primeira loja, em um cenário de 20 anos, corresponde à restauração de uma área de 1,5 hectare de Mata Atlântica. Com isso, o espaço deve alcançar uma redução de 24% no seu potencial de aquecimento global. “A loja é abastecida por energia renovável. Mudança da matriz energética é fundamental”, pontua Edson Grandisoli.

As primeiras lojas circulares do país também têm redução na pegada hídrica. A estimativa é de que o consumo de água seja 56% menor em comparação a empreendimentos tradicionais. Isso vai gerar uma economia de mais de 420 mil litros ao ano.

Moda sustentável e Economia Circular

No local, foram instalados painéis de LED e placas explicativas, que orientam consumidores sobre moda sustentável. A unidade conta ainda com uma seleção de peças com o Selo Re, que geram menor impacto ambiental em sua produção. Além disso, existe um coletor do Ecoestilo, serviço de logística reversa pós-consumo, que dá uma destinação correta a embalagens e frascos de itens de perfumaria e beleza e peças de roupa em desuso. “O bom exemplo aqui foi também a criação de mecanismos de logística reversa diretamente com o consumidor”, destaca Grandisoli.

Construções sustentáveis

O projeto apresenta um novo conceito de arquitetura, seguindo os preceitos das certificações internacionais LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method). Uma grande mudança é a fachada, mais permeável e transparente, permitindo maior visualização entre o exterior e interior. A vitrine segue o mesmo conceito, aberta e integrada. "Isso gera menor uso de energia e menos pegada de carbono”, explica o professor.

O que é Economia Circular?

A Economia Circular propõe um novo olhar para nossa forma de produzir, consumir e descartar, a fim de otimizarmos os recursos do planeta e gerar cada vez menos resíduos. Ou seja, um modelo alternativo ao da Economia Linear - extrair, produzir, usar e descartar - que tem se provado cada vez mais insustentável ao longo da história. Na Economia Circular, a meta é manter os materiais por mais tempo em circulação por meio do reaproveitamento, até que nada vire lixo! Para que esse modelo se torne uma realidade, todos nós temos um papel a desempenhar. É um verdadeiro círculo colaborativo, que alimenta a si mesmo, e ajuda a regenerar o planeta e nossas relações.

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