Prêmio Por um Mundo Sem Lixo Internacional reconhece projetos alinhados à Economia Circular no México

Os três projetos vencedores trazem soluções relacionadas à reciclagem de plástico.

Por Mariana Brizi, do Movimento Circular

Cinco projetos foram premiados pelo Movimento Circular na edição 2024 da Expo Ciências Michoacán, realizada neste mês, no Campus Morelia da Universidade Vizcaya das Américas, no México.  Os trabalhos foram reconhecidos no Prêmio Por um Mundo Sem Lixo Internacional 2024 - que é parceiro de diversas feiras de jovens cientistas na América Latina e destaca projetos relacionados à Economia Circular.

O Prêmio por um Mundo sem Lixo Internacional, uma iniciativa do Movimento Circular, tem como missão identificar, valorizar e dar visibilidade a soluções inovadoras desenvolvidas por estudantes e educadores que promovam um mundo sem desperdício, incentivando a criação de sociedades mais circulares.

Nossa Embaixadora no México, a professora Marisol del Toro, participou dos dois dias do evento, conhecendo de perto e interagindo com os participantes. Foram mais de 75 projetos com seus respectivos professores orientadores e mais de 100 alunos presentes no evento. 

O projeto vencedor foca na produção de telhas feitas à base de PET. Foto: Reprodução/Movimento Circular

Confira os vencedores: 

1º lugar: Ecoteja - Telhas à base de PET

Desenvolvida pelos alunos Augusto Matías Calvario, Salvador Guzmán e Francisco Javier, a iniciativa consiste na produção de telhas feitas à base de PET. Cada telha utiliza entre 15 e 20 garrafas plásticas, que os próprios estudantes coletam para testar o procedimento. O projeto busca solucionar o problema da destinação final desse material, oferecendo, ao mesmo tempo, uma alternativa de menor custo às telhas convencionais, voltada especialmente para pessoas de baixa renda.

Biocomex produz concreto térmico à base da reciclagem de plásticos. Foto: Reprodução/Movimento Circular

2º lugar: Biocomex - Concreto térmico à base de plásticos recicláveis

A aluna Geraldine Rueda Aguirre apresentou um projeto de concreto térmico feito à base de plásticos recicláveis. O concreto utiliza resíduos plásticos, dando uma segunda vida útil a esse material. O processo de fabricação é simples, permitindo sua replicação em comunidades, contribuindo para a produção de um material de construção de baixo custo e alta durabilidade. O objetivo do projeto é fechar o ciclo do plástico, oferecendo uma solução sustentável no campo da construção para pessoas de baixa renda.

Neste projeto, garrafas PET se transformam em filamentos reutilizáveis para impressoras 3D. Foto: Reprodução/Movimento Circular

3º lugar: EcoFila 30 - Filamento PET para impressoras 3D 

O projeto consiste em uma máquina que transforma garrafas PET em filamentos reutilizáveis para impressoras 3D, conforme explicou o representante Eduardo Ávila. O objetivo da iniciativa é gerar dois impactos principais: criar oportunidades econômicas para setores de baixa renda e reduzir a poluição gerada por esse tipo de plástico, difícil de degradar, ao transformar resíduos em um material de valor concreto.

Ao produzir um jogo que busca ensinar sobre problemas como o aquecimento global e a poluição do ar, este grupo de estudantes levou uma das menções honrosas do Prêmio. Foto: Reprodução/Movimento Circular

Menções honrosas

Greenforce One - Jogo que ensina sobre problemas como o aquecimento global e a poluição do ar

Os alunos programaram um jogo do zero, utilizando programação básica, que funciona em diferentes plataformas, como Cospays e Roblox, amplamente populares entre as gerações mais jovens. A proposta do jogo é trazer informações para conscientizar as pessoas sobre problemas como o aquecimento global e a poluição do ar. O objetivo é alcançar as novas gerações e conscientizá-las, usando a tecnologia de realidade virtual como meio de comunicação para atrair mais atenção e gerar maior interesse.

Que tal uma alternativa ao plástico que se decompõe mais rápido? Foto: Reprodução/Movimento Circular

ECOPLAT: Um material alternativo ao plástico comum

As representantes Valeria Ledesma e Vanesa Puente explicam que sua iniciativa consiste em um material resistente a altas temperaturas, semelhante ao plástico, mas criado a partir de casca de banana, que pode ser utilizado em embalagens, inclusive na indústria alimentícia. Trata-se de um polímero biodegradável e compostável, que se decompõe em no máximo duas semanas, 99% mais rápido que o plástico convencional. O objetivo é oferecer ao mercado um material resistente que emite cerca de 50% menos dióxido de carbono, contribuindo para a redução do impacto ambiental.

A Expo Ciências Michoacán 2024 destacou a criatividade e o compromisso dos jovens com a sustentabilidade, reunindo projetos inovadores que refletem uma nova perspectiva sobre resíduos e recursos. Por meio do Prêmio Por um Mundo Sem Lixo Internacional, o Movimento Circular reafirma sua missão de estimular, apoiar e reconhecer soluções que promovam a Economia Circular e um mundo sem desperdício. 

Sobre o Movimento Circular

Criado em 2020, o Movimento Circular é um ecossistema colaborativo que se empenha em incentivar a transição da economia linear para a circular. A ideia de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado é o mote da Economia Circular, conceito-base do movimento. O Movimento Circular é uma iniciativa aberta que promove espaços colaborativos com o objetivo de informar as pessoas e instituições de que um futuro sem lixo é possível a partir da educação e cultura, da adoção de novos comportamentos, da inclusão e do desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes. O trabalho conta com a parceria pioneira da Dow, empresa de produtos químicos, plásticos e agropecuários, com sede em Michigan, Estados Unidos. O Movimento Circular contabiliza hoje 2 milhões de pessoas impactadas por suas ativações e conteúdos.

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