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17/09/2025

A Terra não precisa de nós

*Marisol Del Toro Orozco

Definitivamente, a Terra não precisa de nós. Quem precisa dela somos nós. Todas e cada uma de nossas ações têm uma repercussão direta sobre o meio ambiente, sobre as mudanças climáticas, sobre a geração de resíduos e sobre a nossa própria vida. Em pleno 2025, somos a sociedade que alcançou um nível histórico de consumismo, e isso se reflete especialmente nos resíduos que produzimos e que permanecem dentro do planeta. E parece que não nos importamos.

Antes de entrar no debate sobre a consciência e o privilégio de tomar decisões sustentáveis, te proponho um exercício mental muito simples: pense na última coisa que você comprou e, quando tiver isso claro, responda a estas perguntas: de que país foi fabricado? Qual foi o custo de produção? De que material é feito? De que país foi enviado até sua casa ou até a loja? Que problema ou necessidade resolveu? O que você pagou realmente representa o valor do produto? Quantas vezes você vai utilizá-lo? E o mais importante: sua vida mudou e você é mais feliz desde que o adquiriu?

Se a resposta à última pergunta é SIM, você pode parar de ler. Pelo contrário, se for NÃO, te convido a continuar aqui e refletir sobre como o sistema atual nos impulsiona e quase nos obriga (por moda ou pressão social) a consumir mais objetos do que conseguimos usar em toda a nossa vida e nos faz acreditar que vamos ser mais felizes apenas por isso.

Um exemplo cotidiano poderia ser o dos sapatos: há 40 anos, as pessoas em geral tinham em média apenas quatro pares de sapatos, que poderíamos classificar assim: um para trabalhar ou ir à escola, um para praticar esportes, um para uso diário e um para eventos sociais (pensando nos mais afortunados, já que havia pessoas que só podiam ter um único par). Apenas quando terminavam ou mudavam de numeração, compravam um novo par, e em muitos lares, os sapatos ainda passavam para outro integrante da família. Atualmente, há pessoas que possuem até 100 pares de sapatos, somando e acumulando (ou colecionando, se preferir o termo).

Os materiais também diminuíram de qualidade e, por isso, se deterioram mais rápido, de modo que todos esses sapatos guardados no armário (ou no espaço especial para exibi-los) vão estragando pela própria caducidade dos insumos e terminam inutilizáveis em poucos anos (que atire a primeira pedra quem nunca guardou um par novo para usar só em “ocasiões especiais” e acabou só utilizando uma única vez). A realidade é que, para desgastar todos esses pares de sapatos, uma pessoa teria que caminhar milhares de quilômetros por mês, o que é praticamente impossível.

Atualmente, enfrentamos a economia linear como um sistema que já não é sustentável. Esse modelo de produção, que consiste em extrair, produzir, consumir, usar e descartar, perdura há quase 300 anos e já se mostra praticamente obsoleto. Estamos acabando com os recursos naturais, estamos acabando com os ecossistemas (com a flora e a fauna que neles habitam), estamos acabando com as pessoas. Esse sistema consumista linear não deixa espaço para nada mais. Literal e metaforicamente, ocupa todo o espaço da nossa mente, da nossa vida e da nossa casa.

A Economia Circular propõe que tanto os produtos quanto os serviços sejam desenhados para não deixar resíduos permanentes. Ou seja, para que cada coisa fabricada, desde sua origem, tenha um design inteligente que permita reutilizar o material repetidas vezes. Evidentemente, isso envolve diferentes processos que precisam da colaboração de todos: desde o designer que pensa na ideia, o engenheiro que projeta a máquina e o sistema de produção, até o empresário, o distribuidor e, no final, o consumidor. Nesse sistema, cada objeto poderia ser reutilizado ou reciclado. Temos a falsa ideia de que reciclamos em nossas casas quando, na realidade, não é assim. Nós, consumidores, apenas separamos os resíduos; o verdadeiro processo de reciclagem é feito por empresas especializadas nisso. Essa sensação de que “reciclamos” nos faz acreditar que “é suficiente”, quando na verdade é apenas uma das possibilidades para a sustentabilidade, além de recusar, repensar, reduzir, reutilizar, reparar e regenerar.

O conhecimento, a educação e a conscientização são ferramentas que podem mudar o rumo que estamos seguindo. Aprender e colocar em prática a circularidade é um dos grandes desafios da sociedade contemporânea. Hoje, existem várias organizações internacionais e locais que buscam fazer a diferença. Compartilho uma delas com você: o Movimento Circular. Como organização, compreendemos a urgência de agir diante da poli crise global que vivemos. Por isso buscamos inspirar mudanças que nos levem ao conceito das sociedades circulares, onde a reutilização de recursos, a proteção do meio ambiente e a busca pela regeneração do planeta sejam parte da cultura, algo natural. Nosso papel é envolver as pessoas por meio da Educação e da Cultura, para que a Economia Circular faça parte da vida cotidiana, transformando a forma como produzimos, consumimos e descartamos de maneira consciente. Por meio de soluções educativas online e offline, oferecemos conhecimento e ferramentas práticas para que cada vez mais pessoas e organizações possam adotar a circularidade em suas rotinas e negócios. Você pode se somar de diferentes maneiras através da página oficial: www.movimientocircular.io. Porque a mudança só é possível se a fizermos juntos.

Para começar hoje mesmo, te proponho cinco ideias para o dia a dia:

  1. Recicle e compartilhe tudo o que puder. Faça trocas de roupas, objetos decorativos, livros… quase tudo pode ter uma segunda vida em outra casa.
  2. Priorize o conserto em vez do novo. Se algo não funciona ou apresenta um defeito reparável, sempre podemos buscar opções para consertar antes de substituir.
  3. Fale sobre Economia Circular. Com seus amigos, familiares e conhecidos, comece a difundir o conhecimento, compartilhe as práticas que têm sido úteis para você. Quanto mais se falar sobre o tema, mais presente ele estará no nosso vocabulário e nas nossas ações cotidianas.
  4. Informe-se sobre a situação ambiental atual. Para compreender o que acontece ao nosso redor, é necessário saber o que está acontecendo no mundo. Isso abre a mente, amplia perspectivas e nos torna consumidores mais conscientes.
  5. Compre menos. O melhor resíduo é aquele que nunca é gerado. Pergunte-se: “Eu realmente preciso disso? Vale o dinheiro e o esforço que me custou ganhá-lo?” Pensemos nisto: nada se desintegra ou desaparece. Tudo o que produzimos e consumimos acaba em algum lugar do mundo, mesmo que não possamos (ou não queiramos) ver.

Essas pequenas ações podem nos dar um caminho para começar a transição para uma economia circular e somar mais pessoas ao nosso redor a essa mudança urgente. A circularidade não é apenas uma estratégia ambiental, é um caminho para uma vida mais justa, digna e saudável para todos.

Portanto, definitivamente, a Terra não precisa de nós. Quem precisa dela para viver somos nós, a espécie humana. Chegou o momento de nos questionarmos: o que estamos dispostos a mudar para ter mais qualidade de vida enquanto habitamos a Terra? Não é amanhã, é hoje.

*Este texto foi traduzido automaticamente com a ajuda de inteligência artificial e revisado. Ainda assim, podem ocorrer pequenas diferenças em relação à versão original em espanhol.


*Profª Marisol Del Toro é embaixadora do Movimento Circular no México. É licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Vasco de Quiroga, mestre em Desenvolvimento Humano pela Universidade La Salle Morelia e doutoranda em Educação pela Universidade Contemporânea das Américas, com investigação em curso. Foi professora no ensino secundário e universitário durante 17 anos e é examinadora da Organização Internacional Baccalaureate, cujo programa educativo é ministrado em mais de cinco mil escolas em todo o mundo.

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