A cidade na economia circular

Aproveitamento máximo de recursos
Na Economia Circular, cada cidade precisa funcionar mais ou menos como um organismo vivo, capaz de transformar substâncias para manter seu metabolismo funcionando. Cidades devem se tornar muito mais autossuficientes, gerando novos recursos a partir dos resíduos que produzem.

Energia de sobra

A natureza dá de graça recursos abundantes. Dois dos mais importantes são o vento e o sol. Essa energia gratuita pode ser aproveitada pelas atividades humanas. E isso se faz não só com turbinas eólicas, placas solares e baterias para armazenar, como também usando o vento para ventilar e o sol para aquecer e iluminar.

Autossuficiência

Haverá uma relação circular entre a cidade e o campo, com nutrientes fluindo entre um e outro. A presença de um cinturão verde ao redor da cidade pode ter muitas implicações, gerando oportunidades e provendo segurança alimentar, para que nenhuma cidade corra o risco de ficar sem comida.

Indústrias singulares

As indústrias poderão usar materiais diferentes, dependendo de sua localização. Cada região tem seus recursos — e também seus resíduos, que se transformam em recursos. Na Economia Circular, cada cidade desenvolverá produtos respeitando os materiais e a biodiversidade local, otimizando os ciclos de recursos.

Valor dos resíduos

O coração de uma cidade circular serão os centros de processamento de resíduos, que transformarão tudo o que sobra dos processos urbanos em recursos para abastecer a cidade inteira. Deles sairão fertilizante para as plantações, gás natural para energia e materiais para a indústria e a construção civil.

Energia natural

Painel solar não é o único jeito de usar a energia solar a nosso favor. Há outro ainda mais sofisticado: a fotossíntese. O verde por todo lado, além de deixar a cidade mais bonita, funciona como um ar-condicionado natural, fornece fruta e aumenta inclusive, comprovadamente, os índices de felicidade.

Tudo por perto

Uma cidade circular deve diminuir ao máximo o deslocamento diário das pessoas. A solução para isso é diversificar os usos em todas as áreas: moradia, serviços e trabalho perto um do outro. Menos tempo perdido, mais qualidade de vida.

Água limpa

Numa cidade circular, a água é um elemento essencial, gerando fluxos que sustentam meios de transporte baratos para pessoas e carga. As águas urbanas precisam ser limpas — como já são em Copenhague, por exemplo, onde é possível nadar em qualquer rio, canal e até no porto. Uma cidade com águas limpas é uma cidade saudável.

jeitos de se mover

As cidades circulares incentivarão o transporte ativo — caminhadas, bicicletas. Isso tem inúmeros efeitos positivos: reduz o trânsito e a poluição, melhora os indicadores de saúde e até os de educação, além de reduzir a criminalidade, porque o espaço público ocupado ganha segurança. Também serão usadas energias renováveis para transporte motorizado e a trilhos. O transporte coletivo terá sistemas inteligentes de compartilhamento de veículos e de informações.

Que tal compartilhar?

O compartilhamento de produtos é um elemento essencial da cidade circular. Nem todo mundo precisa ter uma furadeira, ou uma caminhonete, ou uma impressora 3D. Ou mesmo um guarda-roupa completo: imagina se pudéssemos escolher a roupa certa para cada ocasião num guarda-roupa imenso, compartilhado pela cidade toda?

Construção modular

Esse é um setor que mudará cada vez mais. Em vez de tijolos grudados para sempre com cimento, haverá construções lógicas, com módulos que se encaixam e podem ser desmontados, ampliados ou reduzidos. Os fluxos de água, luz e nutrientes serão facilitados pelas construções.

O que não gira composta

Na Economia Circular, os materiais duráveis ficam girando em ciclos: nada vai para o lixo. Aquilo que não pode permanecer circulando no sistema produtivo — a biomassa — precisa ser compostado para voltar como nutriente para o solo. Para isso, é fundamental realizar a coleta e a gestão dos materiais compostáveis nas cidades.

Um mundo de oportunidades

A Economia Circular oferece inúmeras oportunidades de trabalho. Uma das principais frentes é a recuperação de materiais descartados — em sua coleta, seu processamento e na utilização em novos produtos. Haverá também muitas outras possibilidades, como a instalação de sistemas para hortas urbanas, a captação de água ou energia solar, a manutenção de equipamentos e o gerenciamento do mercado de compartilhamento.

Ciclo urbano

Fluxos de água, nutrientes e materiais vão circular na área urbana e no seu entorno, em uma lógica circular que alimenta a vida da cidade. O resíduo de cada processo será o insumo do processo seguinte. Parece sonho, mas obviamente é possível. Afinal, a natureza já funciona assim faz muito tempo.